sexta-feira, 24 de julho de 2015

Transgênicos e agrotóxicos: progresso às custas da saúde humana

Após a Segunda Guerra Mundial, a Revolução Verde prometeu fartura em alimentos de boa qualidade, principalmente nos países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento. Para aumentar a produção agrícola, houve investimentos em pesquisas em sementes, fertilização do solo e máquinas para utilizar no plantio.
   Mesmo com o aumento da eficiência na produção agrícola, as novas tecnologias incentivaram a monocultura em grandes áreas, substituíram a mão-de-obra humana, ocasionando o êxodo rural, a fome mundial não acabou, pois o que é produzido nos países em desenvolvimento, boa parte é exportado para países desenvolvidos e o aumento no uso de transgênicos (alimentos modificados) e fertilizantes, principalmente na década de 60, que oferecem risco à saúde do consumidor, trabalhadores rurais e ao meio ambiente.
    A tecnologia usada nos agroquímicos veio da guerra, a IG Farben, empresa que deteve toda a produção química na Alemanha Nazista, tem entre seus proprietários a Basf e a Bayer, empresas também produtoras de agrotóxicos. Entre 1961 e 1971, os Estados Unidos utilizaram nas florestas vietnamitas o herbicida agente laranja, produzido pela Monsanto, que também distribui o Glifosfato, herbicida permitido no Brasil, e segundo ela, foi para proteger os soldados americanos e aliados, pois reduzindo as densas folhagens o risco de uma emboscada seria menor, a Dow Chemical também participou. Após a Guerra, estas corporações e outras fabricantes de produtos químicos foram acionadas à pagar 180 milhões de dólares aos combatentes no Vietnã, além dos veteranos de guerra sul-coreanos que deveriam receber 62 milhões de dólares, mas nada foi pago e até hoje existem vitimas tardias dos ataques.
   O Brasil permite e opera 400 tipos de inseticidas, fungicidas e herbicidas, entre estes a metade é proibida em países da União Europeia e Estados Unidos. Desde 2008 o nosso país é o maior consumidor mundial de agrotóxicos. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), cada brasileiro consome, em média, um galão de cinco litros de agrotóxicos anualmente, 70% dos nossos alimentos in natura estão contaminados com estes venenos, isso sem contar alimentos processados feitos à partir de grãos geneticamente modificados.
   No interior do Mato Grosso, no município de Lucas do Rio Verde, uma pesquisa feita em 2011 constatou que além de plantas, águas e ar, até gestantes estavam contaminadas,100% das amostras de leite materno analisadas tinham pelo menos um tipo de agrotóxico, o DDE, um metabólico do DDT, proibido em 1998 por causar câncer, má formação do feto e abortos espontâneos, 85% tinham dois tipos ou mais.
 A Anvisa conseguiu proibir no Brasil o uso de princípios ativos como metamidofó usado no cultivo de batata, soja, feijão, tomate, trigo e algodão que prejudica o sistema nervoso central, causando danos à memória, perda dos movimentos, redução da imunidade, principalmente em crianças, desregulação hormonal, comprometimento do sistema reprodutor e complicações no embrião de gestantes. Além dele foram proibidos o endossulfam, por causar alterações genéticas e hormonais, danos ao sistema nervoso e reprodutivo e leva à má formação do feto.  O tricloform usado em quarenta e cinco plantações como as de milho, tomate, feijão, alface e arroz causa má formação no cérebro, afeta a reprodução e o sistema hormonal humano.  
      Estudos em ratos, coelhos e camundongos mostram que a cihexatina pode causar má formação fetal, aborto, e afetar o sistema reprodutivo. Danos aos pulmões, visão, fígado e rins. O uso destas e outras substâncias também está  relacionado ao câncer, porém para empresas como a Bayer, Monsanto, Dow Chemical, Du Pont, Syngenta e Basf o lucro é mais importante do que a saúde humana e a preservação dos recursos naturais. Só no Brasil, nos últimos dez anos, o mercado de agrotóxicos subiu 190%, o faturamento destas empresas parece importar mais do que a qualidade de vida das pessoas. Para a população mais pobre, os alimentos orgânicos (livres de agrotóxicos) são pouco acessíveis por serem 30% mais caros, isso porque falta mão-de obra e para que o agricultor assegure sua plantação, o banco exige notas fiscais de sementes híbridas e de adubos químicos e fertilizantes, algumas sementes não são próprias ao nosso clima e falta apoio político. Não utilizar agrotóxicos é mais barato do que os gastos com saúde pública por intoxicação e todas as doenças citadas, porém quem paga esta última conta somos todos nós.

                                                                  Referências 

-http://www.ihu.unisinos.br/noticias/532297-cientistas-pedem-a-suspensao-dos-transgenicos-em-todo-o-mundo.
http://www.greenpeace.org/brasil/transgenicos/

https://www.youtube.com/watch?v=MqNPlU9zwCM

http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2013/02/130207_transgenicos_cultivo_tp.shtml

http://www.greenpeace.org.br/transgenicos/pdf/guia_consumidor_4.pdf

http://reporterbrasil.org.br/2013/11/transgenicos-e-agrotoxicos-uma-combinacao-letal/

http://reporterbrasil.org.br/2013/11/pouca-transparencia-marca-estudos-sobre-riscos-
dos-transgenicos/

quarta-feira, 22 de julho de 2015

O efeito das mudanças climáticas a longo prazo

 Cerca de 55% da radiação solar é impedida de entrar na Terra pela camada de ozônio, a outra parte que ultrapassa a barreira, um pouco é absorvido pelo planeta e o resto é refletido novamente e a camada de ozônio impede que ela saia mantendo-a no entre a superfície terrestre e a camada. Esse processo é chamado de efeito estufa, sem ele não haveria vida no nosso planeta, muito menos, a biodiversidade que conhecemos atualmente. Porém, desde a primeira Revolução Industrial a queima de combustíveis fósseis como o petróleo e o carvão aumentaram a liberação de gases estufas na atmosfera, como o gás carbônico (C02) (maior causador do efeito estufa), que tem a capacidade de captar e estocar a radiação solar, desta forma há o aprisionamento do calor que deveria ser dispersado e consequentemente, o aumento da temperatura, chamada de aquecimento global. Também podemos citar como gás estufa o metano (CH4), óxido nitroso (N2O) e os CFC (clorofluorcarbono).  O nível de CO2 na atmosfera na era pré- industrial era 30% menor do que é hoje e a temperatura do planeta aumentou 0,7°C. O Estados Unidos é o maior emissor de gás carbônico no mundo, um dado interessante é que o Brasil é responsável por apenas 1% da emissão industrial mundial, mas se incluirmos o desmatamento da Amazônia na conta, o nosso país se torna o 4° maior.
  Se esse processo continuar acontecendo a resposta da natureza será devastadora, no documentário "MUDANÇAS DO CLIMA, MUDANÇAS DE VIDA" é possível perceber que isto já está acontecendo, inclusive nas várias regiões Brasileiras: o sertão do Nordeste brasileiro é muito vulnerável por ser uma área semiárida de baixa umidade. A destruição da caatinga para dar espaço à pecuária, agricultura e mineração pode aumentar o processo de desertificação, a temperatura e a falta d'água, afetando não só a biodiversidade local, como a vida dos moradores da região. O Furacão Catarina é um símbolo das mudanças climáticas, em março de 2004, o Atlântico Sul, considerado tranquilo em relação aos furacões, foi atingido pela primeira vez por um evento deste porte que danificou 32.000 casas, desabrigou 130.000 pessoas, deixou 150 feridos e 11 mortos. A região sul Brasileira também sofre com extremos, meses com muita chuva e temperaturas altas e outros com uma seca enorme e temperaturas mais frias, atingindo a agricultura e a distribuição de alimentação por todo país. Até a Bacia Hidrográfica Amazônica, a maior do mundo sofreu uma forte seca em 2005 e tudo indica que a culpa é dos incêndios e desmatamentos na Amazônia.
Cientistas acreditam que se as emissões continuarem tão altas estima-se que a temperatura aumente até 5°C e os efeitos disso seriam devastadores.
  A solução é a utilização de energia renovável como a eólica e a solar, biocombustíveis, investimento e vontade política para reduzir as emissões e desmatamentos, além da conscientização e adaptação ao que já vem acontecendo.
Para saber mais assista ao documentário citado no post e veja como você pode contribuir para ajudar. 

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Metais Pesados: saiba como eles podem afetar a sua vida.

Os metais pesados são chamados assim por conta da sua alta densidade e os altos valores de massa atômica, massa específica e número atômico.
  Alguns deles, como o cobalto, ferro, cobre e zinco são essenciais para a realização de funções vitais no nosso organismo, mas em pequenas quantidades, pois em excesso podem ser altamente tóxicos. Outros não têm função nenhuma no corpo humano e são cumulativos, ou seja, quanto mais se expõe ao risco, maiores são as consequências, desse modo, também se transferem ao longo dos níveis tróficos em cadeias alimentares e o acúmulo é proporcional a quantidade de alimento contaminado consumido. Os metais pesados estão presentes em grande escala na indústria e principalmente, em eletrodomésticos e eletroeletrônicos, que quando descartados de forma incorreta em aterros sanitários ou lixões, são expostos a altas temperaturas e chuvas, assim, os contaminantes são liberados diretamente no solo, isto pode contaminar um curso d´água, dependendo da localização do aterro.
  São encontrados também em agrotóxicos, os fosforados são altamente tóxicos, mas permanecem por pouco tempo na natureza, consumir alimentos com este produto inibe a ação de enzimas importantes a impulsos nervosos, desta forma, afeta o sistema nervoso, os clorados podem permanecer no ambiente de 10 a 15 anos e prejudicam o sistema nervoso e respiratório, causam a extinção de espécies, principalmente de aves, pois impedem a reprodução e lesam o desenvolvimento da casca do ovo, impedindo a formação do embrião. A seleção de pragas resistentes aumenta o uso do agrotóxico, pois estes vermes "fortes" não sentem mais o efeito do produto, piorando o problema da plantação.
  O chumbo é usado na produção de ligas metálicas, baterias, plásticos, vidro, cerâmica, munição de armas de fogo, computadores, celulares e televisores e pode causar alteração no desenvolvimento cerebral e respiratório, alterações genéticas, câncer e ataca a medula óssea e os rins, além do saturnismo, uma doença causadora de náuseas, dores musculares e em casos graves, anemia, encefalopatia, linha gengival azul e alterações vasculares.  Há muitos casos de contaminação de garimpeiros por mercúrio no norte do Brasil, pois é usado para a purificação do minério de ouro também é muito utilizado em termômetros, equipamentos elétricos e até dentaduras, a inalação dele pode ocasionar lesões digestivas, tremores, distúrbios neuropsiquiátricos, mudanças de humor, úlceras na pele e paralisia dos membros e cerebral, afetar o sistema nervoso central e a reprodução e paralisia cerebral, a ingestão causa úlceras e gastroenterite hemorrágica corrosiva. No caso do cádmio é usado em ligas metálicas para soldagem, baterias, pigmentos de corante, como agente de luminescência em tubos coloridos de televisão e computadores e causa câncer de pulmão e de próstata, anemia e osteoporose, a inalação de fumaça de cigarros, ou a ingestão de alimentos feitos em vasilhas com esse metal causa inflamação pulmonar, problemas no fígado e rins e a doença de itai-itai que prejudica o metabolismo gerando descalcificações e reumatismos.
  Todos estes malefícios dos metais pesados são gravíssimos a natureza e aos seres humanos podendo levar à morte, por isso, a importância de evitar a contaminação, para isto, precisamos descartar corretamente os nossos aparelhos eletrônicos, para que não contaminem lençóis freáticos, em postos de reciclagem especializados neste tipo de material que irão separar os metais pesados dos preciosos e os materiais recicláveis dos não recicláveis, você pode encontrá-los neste site, que busca de acordo com o seu endereço  http://www.ecycle.com.br/postos/reciclagem.php, e também é preciso saber a procedência do alimento consumido, principalmente de legumes, frutas e verduras para não correr o risco de ingerir agrotóxicos e prejudicar a sua saúde, preferindo as versões orgânicas
lixo eletrônico descartado incorretamente em lixão
Resultado de imagem para agrotóxicos em plantações
Homem aplicando agrotóxicos sem proteção

Referências   




quinta-feira, 2 de julho de 2015

Represa Guarapiranga - Entrevista com Leonardo Martins

Qual represa mais próxima de onde você cresceu?
R: Guarapiranga
Quais as mudanças ocorreram ao longo dos anos em relação à represa?
R: Antes as pessoas não tinham receio de entrar na água ou ate mesmo fazer pesca, e hoje o índice é pouco devido à poluição.
Você teve contato direto com a represa, entrou alguma vez?
R: Sim entrei, inclusive pesquei com meu pai algumas vezes mas hoje em dia não mais.
Qual à importância que à represa teve no meio em que você viveu?
R: O abastecimento de água da região e foi também um local de lazer.
As mudanças ao longo dos anos em relação à represa foram positivas ou negativas em sua opinião ?
R: A partir de uma época, a poluição em massa, relacionada às indústrias, cresceu muito e piorou ainda mais a situação da água.
Você acha que o fator climático alterou muito devido à poluição ao longo dos anos?
R: Sim, a diminuição das chuvas, o ar ficou mais seco e o cheiro da represa em algumas épocas ficou forte.
Além do cheiro forte, teve alguma alteração no sabor da água?
R: Sim, o gosto ficou muito ruim, meados de 1994, pois não chovia e nível da represa caiu.
A crise hídrica afetou você diretamente, a que estamos passando no momento?
R: Sinceramente não, meu consumo de água sempre foi baixo e mesmo que tivesse a falta d' água durante 1 ou 2 dias ainda assim tinha reserva na caixa d' água, meu uso felizmente é consciente.
Quando você era criança alguma vez observou mudanças climáticas e ambientais onde você vivia?
R: Sim, com o aumento de indústrias, inclusive em volta da represa, e com o aumento de veículos, automaticamente a poluição também aumentou, devido também ao aumento de ruas, avenidas, casas e claro a população em si.
O nível da represa caiu alguma vez, se sim, que ano?
R: Sim em 1994, me lembro de que alteração do gosto da água foi muito forte e o cheiro também.
O que você faria para melhorar o ambiente em que você viveu e também o que faria para não poluir mais à represa?
R: Fazer o controle migratório para diminuição do aumento descontrolado da população nas metrópoles e assim diminuindo à construção de casa irregulares perto de rios e represas e barrando também o descarte de materiais das industrias.